quarta-feira, 3 de junho de 2009

O Deus - Deus Cornífero

Da mesma forma que toda luz nasce da escuridão o Deus símbolo solar da energia masculina nasceu da Deusa sendo seu complemento e trazendo em si os atributos da coragem, pensamento lógico, fertilidade, saúde e alegria.
Da mesma forma que o sol nasce e se põe todos os dias o Deus nos mostra os mistérios de Morte e do Renascimento. Na Wicca o Deus nasce da Grande Mãe, cresce, se torna adulto, apaixona-se pela Deusa Virgem, eles fazem amor, a Deusa fica grávida, o Deus morre no inverno e renasce novamente fechando o ciclo do renascimento que coincide com os ciclos da natureza e mostra os ciclos da nossa própria vida.
Para alguns ele pode parecer meio incestuoso que o Deus seja filho e amante da Deusa, mas é preciso perceber o verdadeiro simbolismo do mito, pois do útero da Deusa todas as coisas vieram e para ele tudo retornará. E se pensarmos bem as mulheres sempre foram mães de todos os homens pelo seu poder de promover o renascimento espiritual do ser amado e de toda a Humanidade. Quando discutirmos a Roda do Ano esses conceitos serão novamente explicados na parte dos rituais, mas o sentido profundo do simbolismo na Bruxaria só pode ser verdadeiramente entendido através da meditação e do contato intuitivo com a energia dos Deuses.
Nosso Deus é chamado de Cernunnos mas seu nome deve ser pronunciado como se tivesse um "K" ( Kernunnos ). Deus Cornudo, Consorte da Grande Mãe, Deus da Natureza, Senhor do Mundo, comumente representado por um homem sentado na posição de lótus, cabelo comprido e encaracolado, de barba, nu, usando apenas um torque ( colar celta ) ao pescoço, ou ainda por um homem de chifres sendo por isso erroneamente comparado ao Diabo dos Cristãos. Seus chifres na realidade representam as meias-luas, a honraria e a vitalidade e não uma ligação com o Diabo.

O culto aos Deus Cornífero surgiu entre os povos que dependiam da caça, por isso Ele sempre foi considerado o Deus dos animais e da fertilidade, e ornado com chifres, pois os chifres sempre representaram a fertilidade, vitalidade e a ligação com as energias do Cosmos. Além disso a Bruxaria surgiu entre os povos da Europa, onde os cervos se procriam com extremada abundância, por isso eram freqüentemente caçados, pois eram uma das principais fontes de alimentação.
Com o crescimento do Cristianismo e com a intenção do Clero em derrubar Bruxaria, a figura atribuída ao Deus Cornífero acabou por personificar o Diabo e na atualidade resgatar o status deste importante Deus torna-se bastante difícil.
Ainda hoje existe muito confusão a cerca da Bruxaria e isto se deve a Igreja Medieval que transformou os Bruxos antigos em Feiticeiros do Demônio, por conveniência.
O culto à Deusa Mãe e aos Deus Conífero é pré-cristão, surgiu milênios antes do catolicismo e do conceito de Demônio, o qual jamais foi adorado, invocado, cultuado e reverenciado nas práticas pagãs ou como deidade da Bruxaria.
A Arte Wiccaniana remonta os homens das cavernas e para entendermos o porque uma divindade com chifres foi reverenciada pelos Bruxos de antigamente e é reverenciada até hoje pelos Bruxos modernos temos que pensar como nossos antepassados.
Os chifres sempre foram tidos como símbolo de honra e respeito entre os povos do neolítico. Os chifres exprimem a força e a agressividade do touro, do cervo, do búfalo e de todos animais portadores dos mesmos. Entre os povos do período glacial uma divindade era representada com chifres para demonstrar claramente o poder da divindade que o possuía.
Quando o homem saia em busca de caça, ao retornar à sua tribo colocava os chifres do animal capturado sobre a sua cabeça, com a finalidade de demonstrar a todos da comunidade que ele vencera os obstáculos. Graças a ele todo clã seria nutrido, ele era o "Rei". O capacete com chifres acabou por se tornar em uma coroa real estilizada. Muitos Deuses antigos como Baco, Pã, Dionísio e Quíron foram representados com chifres.
Os chifres sempre foram representações da luz, sabedoria e conhecimento entre os povos antigos. Portanto como podemos perceber, os chifres desde tempos imemoráveis foram considerados símbolos de realeza, divindade, fartura e não símbolo do mal como muitos associaram e ainda associam-nos.
O Deus Cornífero é então o mais alto símbolo de realeza, prosperidade, divindade, luz sabedoria e fartura. É o poder que fertiliza todas as coisas existentes na terra. A Grande Mãe e o Deus Cornífero representam juntos as forças vitais do Universo.

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